segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Braziline aporta no Nordeste


Uma das grandes empresas têxteis do Brasil, a Braziline, foi uma das primeiras marcas a licenciar produtos de vestuário de clubes de futebol. Seu foco sempre foi a qualidade dos produtos e as regiões Sudeste e Sul. Tem em seu portfólio Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo, São Paulo, Grêmio e Warner Bros.

A partir de 2013, ela aporta  no Nordeste, começando a operação pelos três grandes clubes de Pernambuco, Santa Cruz, Sport e Náutico. Após três meses de negociações, os contratos foram fechados em novembro e, até janeiro, teremos as primeiras entregas da marca na região.

Muitos podem pensar que essa é apenas uma operação comum em uma empresa que busca expansão  Mas devemos ir além no pensamento. Os fatores primordiais são dois: o foco das grandes companhias no Brasil e o bolsão de resistência da torcida pernambucana.

O primeiro ponto registrado é a ação da Nike e Adidas, que estão com pensamento estratégico voltado para o Brasil, por seu mercado consumidor crescente e por grandes competições desportivas que se avizinham. 

Por conta desse fator, as grandes companhias buscam controlar lojas e dificultar empresas que produzem o mesmo produto que elas. E linha têxtil é foco principal das marcas. Assim, a Braziline tem tido dificuldades em renovar contratos com clubes ligados, principalmente, à Nike. O que seria uma perda significativa para qualquer uma. Afinal, Corinthians, Internacional, Santos, Bahia, possuem um mercado próprio e imenso.

Então, para onde focar para evitar confronto com grandes marcas fornecedoras de materiais esportivos e em que exista um mercado próprio? A solução foi apresentada pela Travassos Projetos Esportivos, que preparou relatório do mercado importante que as três grandes torcidas de Pernambuco possuem. Afinal, o estado é o único do Norte-Nordeste, onde a torcida local supera as torcidas do Eixo Rio-Sampa.

Esse bolsão de resistência ao Eixo e a mídia forte em cima dos clubes de fora, será utilizado pela Braziline para manter-se no topo quando assunto for linha licenciada. Melhor, demonstra que o fato de não ser prioridade para algumas grandes empresas internacionais não é o fim do mundo e que os clubes locais podem utilizar essa resistência, calcada na rivalidade local, para aumentar receitas.

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