domingo, 16 de maio de 2010

COMO O USO DE REDES SOCIAIS TRAZ BENEFÍCIOS NA COMUNICAÇÃO ENTRE EMPRESAS E CLIENTES. O CASO TWITTER

Por Rivson Castro.


Hoje, estou publicando meu estudo sobre Redes Sociais, escrito em 2009. Espero que a leitura seja proveitosa para todos!

Resumo:

O objetivo deste trabalho é demonstrar como o uso das redes sociais é importante para as organizações, colocando-se dados relevantes que levam ao entendimento dos conceitos de Marketing Digital e Redes Sociais. O Estudo foi feito através de pesquisa bibliográfica e realizada pesquisa de campo para determinar o perfil dos usuários das redes sociais para os conceitos principais, tendo ainda um estudo de caso sobre o Twitter quanto aos fins do trabalho. Os resultados obtidos foram relevantes no tocante á utilização dos usuários destas redes sociais, que criam e recriam a reputação das empresas a todo o momento e em tempo real, sendo formadores de opinião e sendo influenciados por outros usuários, fazendo com que toda empresa precise trabalhar e monitorar as redes sociais para ter controle e também conseguir obter uma fatia de mercado interessante, devido á segmentação de mercado tipo cauda longa.



Segue link para Download via 4shared. Clique aqui.



http://twitter.com/rivson

sábado, 15 de maio de 2010

Marketing de conteúdo


Como fidelizar seus clientes fazendo com que eles se relacionem com sua marca
Marketing de conteúdo é uma das ferramentas que considero mais importante em uma estratégia de marketing digital. Se seu site não possui conteúdo útil, simples, informativo, exclusivo e relevante para seu público alvo, você não receberá acesso como gostaria de receber.
Marketing de conteúdo como estratégia de marketing digital não se trata de criar “recursos ocultos” em seus textos ou código fonte afim de “conseguir”melhores posicionamentos nas ferramentas de busca.
A ideia é criar conteúdo único, que seja útil e relevante para o consumidor. Não estamos falando em fazer propaganda ou alguma outra interferência de cunho comercial, estamos falando de ser realmente útil, preto no branco, é como receber uma resposta simples e específica, como a que recebemos quando perguntamos às horas para alguém.
Entretanto o marketing de conteúdo também envolve o SEO e o SEM comoferramentas de marketing de busca que favorecem um melhor posicionamento do conteúdo nas ferramentas de busca.
Para nada adianta usar técnicas de otimização de sites para ferramentas de busca se você não possui conteúdo relevante para o consumidor. De igual forma quando criamos campanhas de links patrocinados Google e levamos o consumidor para a página de destino específica do produto ou serviço anunciado.
Porém, não adianta somente levar o consumidor para a página de destino correta, é preciso mantê-lo navegando, é aí que entra o marketing de conteúdoalém claro de outros fatores como o layout da página, o tempo de carregamento dos elementos na página, etc… Ou você acha que seu cliente vai esperar 2 minutos na frente do computador para que seu site criado em Flash carregue por completo?
O SEO e o SEM são um conjunto de técnicas usadas no marketing de conteúdo, são apenas um meio para se alcançar as metas como ferramentas de marketing digital e não o fim. Em primeiro lugar considere o conteúdo relevante, depois o SEO que otimizará este conteúdo, depois vem o SEM que ajuda a criar um buzz e levará tráfego para seu site.
Marketing de conteúdo. Cada coisa em seu lugar.
Já entendemos que o marketing de conteúdo é um conjunto de técnicas que auxiliam na comunicação da empresa como seus clientes na internet. O marketing de conteúdo gera conteúdo relevante no site, isso ajuda a atrair os consumidores e não só atraí-los, mas mantê-los regressando ao seu site.
Mas como meus clientes chegaram ao meu site se eles não sabem que eu existo?
É preciso “se meter” na frete deles, aparecer nos resultados das buscas. Mas não se engane, essa não é a única maneira de ser encontrado!
O consumidor pode vir de vários lugares: digitando seu endereço diretamente no navegador de internet, clicando num link ou banner em algum outro site, e através das ferramentas de busca.
No acesso direto, o usuário digita o seu endereço no navegador, isso porque ele recebeu algum folheto, cartão de visita, uma sacola, ou leu num outdoor, ou alguém lhe indicou por e-mail, Skype, MSN ou no próprio boca-a-boca. O conteúdo de que tanto falamos ajuda nesta indicação, pois se as pessoas que visitaram seu site e gostarem do conteúdo, sem dúvida indicarão para outros.
Quando seu site possui um bom conteúdo, outras pessoas farão resenhas sobre ele em seus blogs, enviarão o link pelo Twitter e dessa forma você receberá mais acessos. É comum que seu site receba indicações de outros, quando você tem conteúdo relevante e útil.
Por último, o consumidor também pode encontrar seu site através dasferramentas de buscaQuanto maior a quantidade de conteúdo em seu site, mais fácil será encontrado e consequentemente mas acesso você receberá.
Para finalizar, vamos considerar que:
1. Os sites de busca não são um fim, mas um meio para que o consumidor acesse seu site.
2. Não supervalorize as técnicas de SEO. As ferramentas de busca não são o único meio pelo qual as pessoas acessão seu site.
3. Quanto mais links de outros sites apontarem para o seu, mais o Google lhe atribuirá uma boa pontuação (PageRank), por isso não tente usar truques! Trabalhe bem seu conteúdo.
4. Quantidade de acesso não significa nada se as pessoas que acessarem seu site não retornarem e não se relacionam com o seu negócio e marca. Você só conseguirá ter sucesso através do conteúdo.
O SEO e o Google são parte integrante de um todo dentro de sua estratégia de marketing digital para atingir seu consumidor na internet, por isso, você deve ter uma visão ampla de cada ferramenta e técnica disponível, qual melhor se aplica, e sobretudo ter as metas e necessidades de marketing do seu negócio bem definidas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Bom Negócio Futebol Clube - Sergio Travassos

Como entrar para o melhor time do mundo, o  Bom Negócio Futebol Clube? A tendência é que marcas que invistam em futebol aumentem sua visibilidade, retorno de mídia e, em conseguência de um trabalho transmídia bem feito, isto se reflita nas vendas - óbvio. Assim, um negócio que já era muito positivo (quando bem feito, claro), torna-se ainda melhor com a aproximação da Copa do Mundo Fifa.

Esta valorização das marcas já está acontecendo e tende a se massificar, afinal, o Brasil país do futebol, será ainda mais um bom negócio com a aproximação da Copa do Mundo, não a da África, mas a do nosso rincão em 2014.

Mas, para ganhar a confiança, renovar a marca, aparecer mais, tem-se que investira apenas na Copa Fifa? Ou, em uma quantia um pouco menor, investir em alguma das seleções? Não. Não é necessário desenbolsar milhões nos dois casos acima. Pode-se, com uma quantia menor, estar presente no "desporto bretão" e, indiretamente, ser lembrado durante este evento.

Aí, entra em prática um exercício de Lógica (lembrando das aulas do professor e filósofo Roberto "Totó"). "Se não posso investir na Copa do Mundo, poderei investir no Campeonato do Nordeste" ou "Se não tenho verba para investir na Seleção Brasileira, poderei investir no Santa Cruz F.C.", por exemplo. Assim, a empresa pode manter-se forte nesse universo paralelo chamado futebol.

Empresas que antes não investiam nesse segmento, resolveram firmar negócios com o desporto com maior cobertura e interesse no país, tais como: Seara, Poty e Votomassa, NeoQuímica, Bozzano, Medlley,  Avanço, BMG, Assim, Primor, OAS Engenharia, Iquine... E o retorno de algumas outras marcas aos gramados, cito BomBril e Coca-Cola (que voltou com força ao futebol brasileiro), casos de sucesso em décadas passadas utilizando o futebol como aporte importante. Serão estas - além de outras que correrem para se mobilizar, as empresas que estarão na mente da população brasileira ao fim da Copa do Mundo no Brasil 2014.

Estas empresas que seguirão o exemplo de marcas sólidas como Adidas, Coca-Cola, Nike, Hyundai, Kia, Castrol, Sony, McDonald's, Visa, dentre outras, que souberam se utilizar, em suas várias áreas de atuação, desta ferramenta de negócios para serem ainda mais aceitas e, até, exigidas dentro de casa ou  estampada no "manto sagrado" do seu time favorito.

Marcas que se tornaram populares e referenciais em seus segmentos. Pois no desporto, em especial o futebol no caso tupiniquim, a marca dissemina-se mais facilmente, melhora a imagem da empresa, comunica-se melhor com clientes atuais e futuros, rejuvenesce, alimenta orgulho e motivação dos funcionários.

Como disse Darren Marshall, "o retorno de uma marca ou produto envolvido em patrocínio de eventos esportivos é quatro vezes maior do que o de uma boa campanha publicitária". Isso em 1994. Agora, com o advento das mídias sociais e a transmídia, essa sentença está ainda mais real. Então, é hora das empresas iniciarem ou aumentarem investimentos nesse segmento , aliada a uma plataforma de convergência organizada para divulgação e fechamento de negócios, para correrem para o abraço. Ou, pelo menos, para não correrem riscos em um futuro próximo, de verem suas concorrentes ocupando o sofá e a mente do seu cliente. Aí é um gol contra.

sábado, 8 de maio de 2010

Parabéns colegas do marketing - Sergio Travassos

Hoje, 8 de maio, é o dia do profissional de marketing. Quem lembrou desta data foi Karina Lima, nossa sócia do mkt8. Para variar, não existe lembrança alguma. Nenhum parabéns nos foi dado, nem mesmo da nossa FGV. Data como esta é momento simbólico e que serve como marco, momento de reflexão acerca das questões do mercado, profissão, ética e sociedade. Assim, parabéns a todos os sócios profissionais de marketing. Vamos nos fazer lembrar no próximo ano.

Qualitativo ou quantitativo? Sergio Travassos

Como definir qual a pesquisa que deveremos utilizar na nossa empresa. Segundo o professor Cláudio Shimoyama, na aula deste sábado, ficou bastante clara esta questão. Inicialmente, deveremos definir o problema, a pergunta, o que você deseja descobrir do mercado (os clientes estão satisfeitos? O que devo montar em um determinado bairro? entre outros).


A partir do questionamento, definimos qual pesquisa ideal. Se uma empresa está entrando em um novo mercado ou lançando um novo produto, o correto é iniciar com uma pesquisa qualitativa, desenvolvendo uma tese/idéia. Posteriormente, com base na pesquisa anterior, devemos testar essas idéias, descobrir potencial do mercado, com a pesquisa quantitativa.

No entanto, devemos compreender que a pesquisa retrata o momento. Devemos monitorar estes números com outras pesquisas, que nos darão base e informações importantes para análises e interpretações mais seguras para a tomada de decisões na sua empresa.

Particularmente, sempre busquei colocar na mesa pesquisas relacionadas ao negócio ao qual estou envolvido. No entanto, nem sempre temos verbas para contratar pesquisas. Nesse caso, poderemos buscar informações em pesquisas que já foram publicadas e estão disponíveis ou se cercar de vários cases anteriores para  dar-nos suporte e uma segurança relativamente maior do que, simplesmente, utilizar a intuição. Se liguem nisso.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Qual o futuro dos cursos de MBA? - Guilherme Oliveira

Nos EUA, as escolas de negócios estão posicionadas cada vez mais em terreno instável - e impopular. Matrículas em MBA flutuam ou declínam; recrutadores vêem com ceticismo o valor dos recém-formados em MBA e reitores, professores, estudantes, executivos se perguntam o que as escolas de negócios podem ou devem fazer para formar líderes preparados e qualificados.


Contra este pano de fundo de problemas, as escolas de negócios estão bem posicionados para tirar vantagem de oportunidades interessantes de cooperar e de inovar, argumentam os professores Harvard Business School Srikant M. Datar e David A. Garvin e o associado de pesquisa Patrick G. Cullen em seu novo livro, "Repensando o MBA: Negócios e Educação numa via Cruzada". Empregando uma variedade de entrevistas e dados quantitativos, a publicação tem a primeira abordagem global em décadas para examinar a evolução do mercado de MBA e as suas ameaças, bem como possibilidades de melhoria e crescimento.

"O reequilíbrio deve ocorrer." -diz Srikant Datar "Cada vez mais, acreditamos, escolas de negócios estão em uma encruzilhada e terão de ter um olhar duro em suas proposições de valor", escrevem os autores na introdução. "Isto era verdade antes da crise econômica, mas é ainda mais verdadeiro em suas conseqüências. O mundo mudou, e com ele a segurança que costumava vir, quase automaticamente, com um diploma de MBA. [...] Empregos com altos salários já não são garantidos para pós-graduados, e os custos de oportunidade de dois anos de formação, especialmente para aqueles que ainda têm emprego, é alto. Para se manterem relevantes, escolas de negócios terão de repensar muitos dos seus paradigmas mais valiosos. "

Não sei vocês, mas me preocupei um pouquinho ao ler essa matéria publicada no site da Harvard Business School. Na dúvida, vou comprar o livro e ver o que me espera no futuro.

Abraços, Guilherme

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dislub e as possibilidades - Sergio Travassos

A Dislub é uma das empresas nordestinas que mais cresce. No ano passado, fechou com um faturamento de R$ 1,5 bi, ganhando prêmios e destaque nas mais conceituadas revistas de negócios do Brasil, como Exame e Você S.A..

Nesta semana, tive uma reunião com o diretor comercial do grupo, Sérgio Lins, e acertei com ele, entre outras coisas, a possibilidade de entrevista para postar no Marqueteiro É Uma Ova!, além da possibilidade de visitarmos a empresa e conhecermos como um grupo de proprietários de postos de gasolina, cresceram no mercado de distribuição de combustíveis.

Assim, podemos preparar questionamentos para a entrevista e acertarmos uma data para a visita que, com certeza, irá gerar muito aprendizado ao nosso grupo.

domingo, 2 de maio de 2010

MKT 3.0 - A nova onda do guru Philip Kotler

Philip Kotler, o mais consagrado estudioso do marketing, descobre a sustentabilidade

No seleto mundo da administração acadêmica, cada área tem seu guru-mor. Peter Drucker era o patrono da filosofia da administração; Michael Porter, o rei da estratégia. Se o assunto é marketing, porém, ninguém tem mais peso que o americano Philip Kotler, professor da escola de negócios Kellogg. Ele é autor do livro-texto lido por gerações de estudantes de marketing. Além dele, escreveu dezenas de obras, que versam sobre as mais variadas aplicações do marketing. Seu novo livro, que será lançado no Brasil em 3 de maio, Marketing 3.0, escrito em coautoria com Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, faz uma mistura com cara de tabu: a combinação de marketing com práticas ligadas à responsabilidade social. A nova pregação de Kotler, claro, não é dirigida a ativistas sociais, mas a executivos. A mensagem é simples: num mundo cada vez mais rico e informado, as preocupações sociais e ambientais das pessoas estão cada vez mais relacionadas ao desejo de adquirir bens e serviços. De boa leitura, o livro desenvolve com eficiência os conceitos, estrutura as práticas e dá exemplos para se adaptar ao ambiente de negócios que está emergindo. Nele, abraçar causas sociais será uma condição necessária ao sucesso, assim como envolver nessa empreitada não só consumidores mas também funcionários, fornecedores e acionistas das empresas 3.0.

O título sugere um novo patamar a ser desbravado pelas empresas. O que o distingue dos anteriores? A primeira onda, o Marketing 1.0, foi centrada no desenvolvimento de produtos funcionais e na sua massificação. Em seguida, veio a versão 2.0, com ênfase em conhecer e satisfazer o consumidor por meio da segmentação de mercados. No estágio 3.0, é preciso reconhecer que "o consumidor é mais do que um simples comprador", escreve Kotler. Ele também tem preocupações coletivas, ambientais e aspira a uma sociedade melhor. A empresa que é sensível a essas inquietações tem clientes leais e marcas mais valiosas. São casos como o da Body Shop, fabricante de cosméticos, e o da Timberland, marca de calçados e acessórios para caminhadas e outras atividades esportivas. A primeira se destacou com seu programa de comércio justo, que dá preferência a pequenos produtores, artesãos e cooperativas rurais de países em desenvolvimento. A Timberland, por sua vez, mantém um programa em que seus funcionários usam parte do horário de trabalho para prestar serviços comunitários.

Para funcionar, esses programas têm de derivar dos valores autênticos cultivados pela empresa. Quem quiser apenas montar uma fachada politicamente correta será desmascarado, pois, a começar pelos funcionários, "os mais íntimos consumidores das práticas de uma empresa", hoje, o boca a boca eletrônico tratará de espalhar a verdade. Do e-mail às resenhas de consumidores em sites como a Amazon, a informação circula com tal fluidez e velocidade que a única solução é estruturar a empresa de cima abaixo de acordo com um roteiro genuíno das boas intenções. Pode parecer uma ótica romântica e fadada a perder dinheiro, mas os autores a sustentam com números. Em um levantamento internacional, 85% dos consumidores afirmaram preferir marcas socialmente responsáveis, 70% disseram que pagariam mais para obtê-las e mais da metade declarou que as recomendaria para a família e os amigos. No mercado de trabalho, uma pesquisa mostrou que 50% dos MBAs recém-formados aceitariam um salário mais baixo para trabalhar em uma empresa com engajamento social. Outra, realizada no Brasil, na Rússia, na Índia e na China, chegou a resultados semelhantes: os funcionários querem que seus empregadores ofereçam oportunidades de melhorar seu país. Finalmente, empresas que se classificam como 3.0 tiveram crescimento anual de lucros de 16%, ante meros 7% das outras.

Ainda analisando a tendência que favorece as empresas engajadas, o livro destaca o amadurecimento de um novo tipo de organização, as SBEs (social business eterprises, algo como "empresa de negócios sociais"). Ao contrário de uma ONG tradicional, uma SBE tem fins lucrativos, mas sua atuação está amarrada a uma meta social. Um bom exemplo é o banco Grameen de microcrédito, que funciona em Bangladesh. Sua filosofia é dar pequenos empréstimos a empreendedores que não podem oferecer garantias. Em 2009, o Grameen lucrou 5 milhões sobre 1,1 bilhão de dólares em empréstimos. Multinacionais de grande porte também podem agir como uma SBE. Por exemplo, na Índia, a Philips se posiciona como um provedor de equipamentos médicos para comunidades rurais. A Unilever vende no mercado africano sachês pequenos e baratos de sal iodado, que melhoraram a saúde infantil. Em um mundo em que 800 milhões de pessoas ainda estão na miséria, a distribuição de renda mundial lembra a forma de uma pirâmide, com os pobres embaixo. Mas nessa base "há uma fortuna", ressaltam os autores, e para ela devem ser criados produtos inovadores e baratos. "Erradicar a pobreza talvez seja o maior desafio humano." E para esse objetivo, julgam, a ajuda humanitária internacional não é suficiente. Segundo eles, serão os empreendedores sociais que farão o grosso do trabalho.

Seja bom, tenha clientes mais fiéis e ganhe mais dinheiro

Da Flórida, o pesquisador americano Philip Kotler concedeu por telefone a seguinte entrevista a EXAME.

O Marketing 3.0 prega que as empresas devem ter preocupações ambientais e sociais. Isso não é uma visão romântica dos negócios?

A Home Depot, uma grande cadeia de material de construção e bricolagem, fez um experimento em que oferecia dois tipos de madeira semelhantes. Uma das opções era madeira certificada como sustentável e a outra era madeira comum. Com preços iguais, a maioria absoluta dos consumidores comprou a madeira certificada. Em uma segunda etapa, a madeira certificada foi oferecida por um preço um pouco mais alto do que a comum. Ainda assim, 35% dos consumidores se dispuseram a comprá-la. O experimento mostra que, pelo mesmo preço, um produto ou uma marca verde será o escolhido.

Essa abordagem se aplica a qualquer produto ou apenas àqueles que atingem consumidores engajados? Estaria limitada a países ricos?

Em qualquer mercado, há espaço para uma empresa que se concentre no consumidor integral, com seus valores e preo cupações, o que a leva a se envolver com questões mais abrangentes para a sociedade. É um caminho aberto, e não apenas para empresas que vendem para consumidores ricos. Mesmo em países em desenvolvimento existe uma parcela de pessoas que vão às compras com essas preocupações e se sentem bem ao comprar das empresas 3.0. Quem segue esse caminho tem consumidores mais leais.

No Brasil e em países latinos a cultura do capitalismo beneficente é menos difundida e o público costuma desconfiar das intenções das empresas. O que fazer?

A empresa que escolhe a abordagem 3.0 não deve só abraçar valores importantes, mas comunicá-los de forma efetiva. Uma maneira de ganhar a confiança do público é ter a aprovação pública de celebridades respeitadas por seu envolvimento com causas nobres. Outra é produzir evidência tangível de suas intenções. Recentemente, o Walmart adotou uma postura verde. Uma das providências foi passar a dar preferência a fornecedores que usam caminhões de baixo consumo de combustível. A adoção desse tipo de medida demonstrou que o programa é sério.

Mesmo gastando com causas sociais, é possível ter lucratividade acima da média?

Sim. Uma empresa tem de decidir se quer olhar o curto ou o longo prazo. Com frequência, empresas que se fixam em lucrar no curto prazo são perdedoras em um horizonte mais longo. Você pode tentar ganhar dinheiro pagando o menor salário que puder, escolhendo fornecedores baratos e espremendo todos os demais custos. Mas essa estratégia não vai durar muito, porque acabará gerando uma força de trabalho, fornecedores e produtos de baixa qualidade. As firmas vencedoras e mais lucrativas são aquelas que se aproximam do Marketing 3.0, o que significa também mirar o longo prazo. Suas marcas são mais valiosas e seus consumidores são mais fiéis. Evidências recentes mostram que o valor das ações de negócios 3.0 cresceu 45%, ante 12% dos outros.